Já está em vigor em Avaré a Lei Municipal 3.242, de 24 de junho de 2025, que torna obrigatório o uso da hashtag #PraCegoVer ou #PraTodosVerem nas publicações que vinculem imagens nos sítios eletrônicos e redes sociais de órgãos da administração pública direta e indireta.
A iniciativa partiu do projeto de lei 131/2025 de autoria do vereador Hidalgo André de Freitas (PSD), aprovado por unanimidade na sessão ordinária do dia 26/06, e tem por objetivo fazer com que as pessoas com deficiência visual consigam compreender a imagem por meio da audiodescrição. “No Brasil existem cerca de 6,5 milhões de deficientes visuais, dos quais 585 mil são totalmente cegos, sendo que os mesmos, com respectivo auxílio, também fazem uso da rede mundial de computadores por meio de seus sítios eletrônicos, sobretudo das redes sociais, e o escopo principal desse projeto é o de difundir e dinamizar a informação para todas as pessoas”, explica o autor.
Conforme a lei, a descrição da imagem (fotografia, cartum, tirinha, ilustração) deverá ser feita da esquerda para direita, de cima para baixo, seguindo a ordem natural de leitura e escrita usadas no ocidente. Informações sobre cores e elementos da foto deverão estar presentes criando uma sequência lógica para quem está ouvindo.
Como surgiu a campanha?
A iniciativa é da baiana Patrícia Sílvia de Jesus, ou “Patrícia Braille” como é conhecida. A idealizadora atua como Coordenadora da Educação Especial no Estado da Bahia e é especialista em acessibilidade para deficientes visuais. “Trata-se de uma campanha que ressalta que a invisibilidade dos deficientes perante a sociedade ocorre justamente porque a cegueira às vezes está nos olhos de quem enxerga”, diz a coordenadora que possui uma página no Facebook que está no ar desde 2012 promovendo a inclusão das pessoas com deficiência visual nas comunidades digitais do Brasil.
#PraCegoVer: A imagem que ilustra esta matéria traz uma mulher portadora de deficiência visual, com trajes em azul, sentada à uma mesa e com um livro apoiado em uma das pernas, tendo a frente um notebook sobre a mesa e também tem alguns livros. Encostada na parede atrás da mesa aparece uma bengala branca e vermelha, utilizada por pessoas com surdocegueira, que, em diferentes graus, têm a audição e a visão comprometidas.
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