A Câmara recebeu, na noite de segunda-feira, dia 26, a presença do presidente do Grupo de Apoio Moral Avareense (Gama), Arthur Veiga Benini.
O Gama é o mantenedor do Centro de Valorização da Vida (CVV) em Avaré.
O CVV realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo por telefone, e-mail, chat e Skype 24 horas todos os dias.
Benini foi até o Legislativo para falar de eventos importantes que aconteceram no último mês, como o Setembro Amarelo e a Semana Municipal de Prevenção ao Suicídio.
“Trouxemos o CVV para Avaré em 2009, por causa do alto índice de suicídio que existia e ainda existe na cidade”, explicou o presidente do Gama.
Segundo Benini, o índice aceitável de suicídios pela Organização Mundial da Saúde (OMS) é de 4,6 por 100 mil habitantes. Em 2009, quando o CVV surgiu em Avaré, este número chegou a 22. “Desde então, vem caindo, mas, mesmo assim é bem acima do tolerável. Em 2015, registramos 12 casos, isso é três vez mais que a OMS pede”, diz.
O posto do CVV em Avaré conta atualmente com 10 voluntários e atende diariamente, das 19h às 23h, através dos telefones: 141 e 14- 3733-2525.
De acordo com Benini, é possível também realizar atendimentos pessoais, desde que se procure o posto do CVV, que fica localizado em uma sala cedida pela Faculdade Sudoeste Paulista, localizada na Avenida Professor Celso Ferreira da Silva, 1001.
Ao falar da abertura para trabalhos externos, o presidente do Gama revelou uma dificuldade que o CVV de Avaré vem passando: a falta de reconhecimento do Centro de Valorização da Vida como trabalho social por parte da Prefeitura.
“Criamos um programa com a ideia de fazer uma orquestra filarmônica para jovens carentes, mas para isso ser real precisamos obter estre selo, o que está sendo muito difícil. Em todas outras cidades o CVV é reconhecido como um trabalho social”, afirmou Benini.
Arthur Benini também comentou a respeito de um reforço que o CVV ganhou recentemente em Avaré: a Rede de Proteção a Vida, que vem fazendo vários eventos, na tentativa de quebrar o tatu existente com relação ao suicídio.
Benini destacou a importância de se falar a respeito de suicídio em sociedade. Segundo ele, um brasileiro se mata a cada 45 minutos, o que totaliza mais de 10 mil por ano.
Arthur Benini alertou que estudiosos afirmam que 90% dos casos são evitáveis. “Aquela máxima de que cão que late não morde, não vale para suicidas. Existem muitos sinais que alertam quem vive perto deles”, diz. “A única forma de evitar é através do apoio, compreensão, amor, mas não só isso, hoje também há muitos tratamentos médicos para isso. O que menos esta pessoa precisa é de conselhos e julgamentos”.
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