O vereador Ernesto Albuquerque (PT) pode responder perante a Comissão de Ética da Câmara de Avaré por, na última sessão do Legislativo, ter mandado o presidente da Casa, Denilson Ziroldo, calar a boca.
A discussão entre ambos aconteceu durante a votação do reajuste salarial dos funcionários da Prefeitura de Avaré.
A comissão de ética é formada pelos vereadores Rosângela Paulucci (presidente), Marcelo Ortega, Bruna Silvestre, Edinho da Farmácia, Tucão, Roberto Araujo e o próprio Ernesto Albuquerque, que, neste caso, deve ser afastado da análise da denúncia.
Durante a discussão do projeto de revisão salarial, de autoria do prefeito Poio Novaes, Ernesto Albuquerque pediu a palavra e começou a falar da situação política do país. "Este índice de 5% de reajuste é pouco, não tem como defender um percentual destes, agora dá para a gente entender. Quando se fala em outros prefeitos que concederam um reajuste maior, a situação econômica era outra, hoje a situação política do Brasil mudou e vai piorar. Ou vocês acham que o "santo" Eduardo cunha e o Temer vão segurar a situação?", começou a dizer o petista.
Neste momento, Albuquerque foi interrompido pelo presidente da Câmara que pediu que ele se atentasse a discussão do projeto. Exaltado, o petista disse que "estava falando da situação econômica e que Temer e Cunha farão uma porcaria de governo, porque se trata de um golpe".
Novamente advertido por Ziroldo, Ernesto Albuquerque mandou o vereador tucano "calar a boca". Ao ouvir de Denilson Ziroldo que ele deveria ter mais respeito, o petista voltou a falar para o presidente do Legislativo "fechar a boca".
Depois que os ânimos se acalmaram, Ernesto Albuquerque se desculpou com Denilson Ziroldo, mas o presidente da Câmara manteve a decisão de tomar providências com relação a atitude do petista.
Segundo o artigo 22 do Regimento Interno da Câmara, o Presidente da Câmara, como representante legal do Legislativo, tem a prerrogativa de, durante as sessões, conceder ou negar a palavra aos vereadores e não permitir divagações ou apartes estranhos ao assunto em discussão.
O Regimento Interno ainda reza que, nestes casos, cabe ao presidente “advertir e chamar à ordem e, em caso de insistência, cassar a palavra”.
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